Começou a campanha política, vamos eleger para o próximo ano, para o cargo de prefeito, vice-prefeito e vereadores, a fim de que a cidade consiga ser melhor do que tem sido ou de acordo com o desejo íntimo da população.
Política ou politicagem, para simplificar, façamos um resumo. Político é um cara de ideias, consciente de seu papel, responsável em seus pensamentos e atitudes perante a coletividade, capaz de organizar, ter princípios éticos, morais e que age pelo bem comum.
Politiqueiro é o ator da politicagem e isso não se confunde com política. Aquele cujo objetivo não é o da coletividade, mas sim atender aos interesses pessoais ou trocar favores particulares. Em suma, é o político segundo se lê nos dicionários ordinário, mesquinho e interesseiro. A palavra político, parte do princípio que esses atores sociais na verdade não são políticos e sim uma súcia, ou seja, indivíduos de má índole e politiqueiros da arte de enganar.
A política no Ocidente surgiu na antiga Grécia como base de sustentação das pequenas, cidades-estados, como instrumento para dar forma ao governo e ao sistema de administração, muito tempo depois de as explicações deixarem de ter a mitologia como o modelo para explicar a realidade e a razão ser a referência primordial para tratar dos fatos objetivos e de natureza prática.
Desde então, o mundo passou a girar em torno do debate das ideias e de projetos, ou seja, de ideologias que definiam posições políticas e embates de poder baseados na arte da persuasão, ou na retórica, como a história observa. Ainda que na prática houvesse injustiças, sobretudo na consideração das mulheres e dos escravos, tratados como subcategorias sociais, a política teve desde os seus primórdios um papel claramente definido. Arte ou ciência de governar, de organizar, de administrar nações, estados, municípios e, para ser bem simples, também uma casa.
Na tradição política brasileira carregada de vícios, chamar alguém de político virou uma questão pejorativa, devido ao fato de se relacionarem a um contínuo espetáculo de corrupção, resultado e causa do que estamos considerando aqui politicagem. É por isso também que o Brasil real vive estes momentos de clara falta de rumo e de credibilidade do governo federal, que não consegue ocultar os pecados cometidos, em alguns casos até com desfaçatez no uso da mentira perante toda a nação.
Então, como estamos cada vez mais perto das eleições municipais, precisamos fazer um esforço para distinguir a diferença entre política e politicagem, entre politiqueiros e políticos. Mesmo porque nas eleições municipais a baixaria da politicagem se intensifica. Em vez de propostas e ideias de governar e legislar claras, objetivas e responsáveis, há toda sorte de ataques pessoais, muitas vezes sem fundamento algum; numa palavra, jogo sujo, politiquice.
É importante é que surjam pessoas candidatos conscientes de que devem trabalhar e se dedicar ao bem comum, ainda que a sociedade real também apresente muitos problemas de natureza cultural, de hábitos teimosos, de comportamentos às vezes pouco civilizados, e não querer acumular riqueza pessoal à custa do bolso do povo, uma das características marcantes dos politiqueiros.
É preciso dar um salto sobre esse desafio que é parte da realidade da politicagem que se nutre de egoísmo, mesquinharia e do desejo de levar vantagens em todas as transações que implicam dinheiro e outras formas de benesses e dos poderes que, como tudo, terão seu próprio fim, antes de serem substituídos por novos personagens, numa roda viva que ninguém é capaz de deter. As redes sociais já estão minadas de palavreados agressivos ou até infundados escritos por pessoas desinformadas, mas por trás coordenadas por politiqueiros.
Aos políticos que se dizem corretos, pensem bem se vale a pena discutir ou jogar conversa fora através de redes sociais. As redes sociais são opções para serem usadas com inteligência, para o bem da coletividade.
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