Nos últimos dois meses, têm se acalorado o debate sobre a necessidade de terceira dose da vacina contra a Covid-19. Diversos estudos mostram que a imunidade promovida pelas vacinas reduz com o tempo, principalmente em populações com baixa imunidade, como no caso dos idosos. A aplicação de dose extra, ou mesmo de novas vacinas atualizadas, se torna ainda mais importante no contexto do surgimento de outras variantes do Coronavírus.
Nessa linha, países como os Estados Unidos, anunciaram a aplicação de uma terceira dose na população, em cenário de alta de casos e mortes, e baixa procura vacinal.
No Brasil, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga sinalizou a inclusão no Programa Nacional de Imunizações de dose reforço inicialmente para idosos e profissionais da saúde, sem dar mais informações.
Vale lembrar que muitos brasileiros ainda não tomaram a primeira dose, por se negar, e outros nem a segunda da vacina. No total, apenas 45% da população se encontra com a vacinação completa. O quadro é ainda mais preocupante se olharmos a nível mundial.
Aulas presenciais só serão seguras com vacinação de crianças e adolescentes, afirmou Fiocruz. Apenas 10% da população mundial está vacinada. Mais de 80% das vacinas foram para países de alta e média renda, enquanto no continente africano, apenas 3% se imunizaram completamente. Diante disso, a Organização Mundial da Saúde pediu freio na terceira dose, até que pelo menos 10% da população do mundo esteja vacinada completamente.
Não se pode aplicar uma terceira dose onde bilhões de pessoas não tomaram nenhuma. Precisamos sim de novas doses, mas talvez ainda não seja o momento ideal. Devemos ainda avançar, e muito, na vacinação da primeira dose. Aumentar a produção mundial de vacinas exponencialmente, distribuir não só para quem pode comprar. Pensar que só podemos vencer esta pandemia se vacinar todos.
Lembrar também que a vacina é apenas uma das estratégias contra a Covid-19, talvez a mais importante no momento, mas não a única. Temos que programar campanha de vacinação forte, com propaganda em todas as mídias e a busca ativa pelas pessoas que ainda não se imunizaram ou estão com dose atrasada.
Aliada à informação de verdade de como se prevenir, esquecermos de vez álcool em gel e medicação de temperatura. Focarmos em ventilação dos ambientes, uso de boas máscaras e distanciamento físico.
Há pouco tempo não sabíamos quase nada, agora já sabemos muito. Milhões de brasileiros já se vacinaram, outros se imunizarão logo. Vacinação está na nossa cultura. Apesar de muitos estarem trabalhando contra, nós vamos vencer a pandemia.
Seguir os protocolos continua sendo a melhor arma!
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