Superando a projeção de expansão de 2,5% para a economia brasileira, conforme estimativa divulgada pela Fecomércio-RS, durante a tradicional coletiva de imprensa. O levantamento indica que, após crescimento de 3,5% em 2024, o ritmo da economia estadual apresentará desaceleração este ano.
De acordo com a Fecomércio-RS, o desempenho econômico no estado será impactado por fatores como a condução de contas públicas, a política monetária e a inflação. O Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) encerrou o ano de 2024 com alta de 5%, refletindo preocupações com a credibilidade fiscal. O consultor econômico da Fecomércio-RS, Marcelo Portugal, destacou que a inflação foi pressionada pelo câmbio, pelos gastos públicos e pela expectativa de novas elevações na taxa Selic. “O Banco Central saiu na frente, dizendo claramente que vai combater a inflação com a Selic bem alta. O que precisamos saber é se o governo vai ajustar os gastos públicos para evitar uma crise de confiança na sustentabilidade da dívida pública ou se as políticas monetária e fiscal seguirão descoordenadas”, disse o economista.
O presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, Luiz Carlos Bohn, também ressaltou as dificuldades relacionadas ao controle das contas públicas e a necessidade de contenção da dívida federal. “Os desafios fiscais serão grandes caso o governo não consiga contar com recursos para estabilizar a situação”.
Para o primeiro trimestre de 2025, a Fecomércio-RS prevê cenário positivo, puxado principalmente pelo desempenho da agropecuária. A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) estadual no período é de crescimento de 0,8%.
Ainda segundo o relatório da entidade, as expectativas de inflação reagiram negativamente ao final de 2024, em função da percepção de que o pacote fiscal apresentado pelo governo seria insuficiente. A Selic, que atualmente está em 12,25%, pode chegar a 14,25% no primeiro semestre de 2025, como medida para conter o avanço da inflação.
A Fecomércio-RS prevê cenário de estabilidade econômica para o segundo semestre do próximo ano, mas reforça a necessidade de políticas públicas coordenadas entre os âmbitos fiscal e monetário para garantir a sustentabilidade econômica no país e no Rio Grande do Sul.
Segundo especialistas, tudo dependerá da combinação de fatores internos e externos para alavancar o crescimento. Internamente, é essencial que o governo continue comprometido com reformas estruturais, como tributária e administrativa, além de garantir estabilidade fiscal e previsibilidade regulatória. Já externamente, o cenário global, especialmente no comércio de commodities e nas taxas de juros das grandes economias, terá impacto direto na trajetória do crescimento da brasileira.
O Rio Grande do Sul precisa fazer a engrenagem girar continuamente!
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