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  • Foto do escritorRedação JM

EDITORIAL: ''Fundo do poço!''

Como os indicadores de abril e maio não mudaram substancialmente, uma aceleração da economia só poderá ocorrer no segundo semestre, se impulsionada pela aprovação da reforma da Previdência. É a esperança do ministro e dos agentes econômicos de Bolsonaro. No quarto trimestre de 2016, a economia brasileira atingiu o fundo do poço, antes de sair da recessão, iniciada em 2014. A partir de 2017, teve início um lento crescimento, em consequência das reformas efetivadas e programadas pelo governo Temer. Mas o impulso perdeu força depois da greve dos caminhoneiros e em razão das frustrações do próprio governo. Apesar de ter assumido uma nova administração, recebida com otimismo, o país começou 2019 com a atividade econômica ainda em retração. Isto o que se deduz dos dados divulgados pelo IBGE, dando conta de que o PIB experimentou uma queda de 0,2% no primeiro trimestre deste ano em relação ao quarto do ano passado. Foi a primeira retração desde o quarto trimestre de 2016. O resultado era esperado. Segundo alguns analistas, o Brasil pode estar caminhando para uma nova recessão. A incerteza política e econômica não sumiram do horizonte com o novo governo.

Para o ministro da Economia, não foi novidade, segundo ele, a economia está estagnada à espera das reformas. A incerteza política e econômica atrapalha os investimentos. Os investidores privados requerem previsibilidade dos cenários, enquanto os governos estaduais enfrentam grave crise fiscal. Contribuíram ainda para o mau resultado do trimestre, pesando sobre o PIB industrial, a crise econômica na Argentina, que derrubou as exportações de manufaturados, e o desastre de Brumadinho, que afetou a mineração com queda de 6,3% no período. Como os indicadores de abril e maio não mudaram substancialmente, uma aceleração da economia só poderá ocorrer no segundo semestre, se impulsionada pela aprovação da reforma da Previdência. É a esperança do ministro e dos agentes econômicos. Seja como for, não é provável que ainda alcance os 2,5% previstos no início do ano. As vozes das ruas, que se posicionaram antes pela educação, agora o fizeram pela reforma da Previdência. Vestidos de verde e amarelo, em mais de 150 municípios de 26 Estados e no Distrito Federal, brasileiros foram às ruas, em manifestação de apoio ao governo Bolsonaro. Todos reagindo com cautela, era gente preocupada com o país. Quem compareceu não foi todo o eleitorado de Bolsonaro, mas a parte dele que tem a esperança de ver o Brasil achar um rumo e vislumbra nos ministros Guedes, da Economia, e Moro, da Justiça, os membros do governo que ainda inspiram confiança. Guedes e Moro centralizam as atenções, saindo prestigiados, talvez mais do que o presidente. Em faixas, cartazes e gritos de guerra, os participantes apoiaram os dois projetos mais consistentes como a reforma da Previdência e o pacote anticrime.

Os supostos inimigos do governo, como o Congresso, o centrão, o presidente da Câmara Federal e juízes do STF, foram alvos de críticas. Os participantes das manifestações aparentemente, pessoas da classe média, constituída de profissionais liberais, pequenos empresários e empregados da iniciativa privada que lutam para não desacreditar no governo. Consideram que o Brasil vive uma ruptura com velhas práticas e que Bolsonaro é o escolhido para mudar isso.

A crença no mito contém o risco de se frustrar, como já aconteceu, daí a indignação com a imprensa, que não abre mão de sua independência. Um Estado democrático de direito, tem de seguir as regras do jogo, respeitando os vários agentes que intervêm no processo.

O Brasil é um só!



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