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Foto do escritorRedação JM

Eleições, pandemia e criatividade nas campanhas!

Teremos, neste pleito que se aproxima, uma eleição atípica, ocasionada pela presença da pandemia que, desde março, nos obrigou a graus distintos de distanciamento social. Elegeremos cerca de 5.570 prefeitos e 57.930 vereadores. Eleições são festas cívicas da democracia, a escolha dos políticos por meio do voto. Mas, jamais, pode-se reduzir a vida democrática apenas às eleições.

Será um período desafiador para os candidatos, a prefeitos e vereadores, que tem agora menos de 45 dias para realizar suas campanhas. Até 2016, eram 90 dias, portanto, a Covid-19 não suprimiu os dias de campanha, mas alterou as datas da votação, pois o primeiro turno será em 15 de novembro e, para os municípios que tiverem segundo turno, a ida à urna será em 29 de novembro.

A pandemia e a consequente necessidade de evitar aglomerações e manter o devido distanciamento social impõe desafios extras aos candidatos. Especialmente nas eleições municipais, o contato do candidato com o eleitor é bem próximo, cujos apertos de mãos, abraços, tapinhas nas costas, fotos com correligionários e eleitores, crianças no colo, enfim, uma intensa agenda de eventos e reuniões públicas são parte de nossa cultura política. A emoção e a razão compõem o roteiro das interações físicas e simbólicas no universo eleitoral.

Neste ano, candidatos e suas equipes de marketing político e eleitoral deverão se desdobrar para chegar com suas mensagens até o eleitorado. Claro que aqueles que buscam a reeleição partem de um patamar superior, tendo uma vantagem competitiva em relação aos adversários, pois já são conhecidos e costumam ter a máquina pública a seu favor.

Da mesma forma, os candidatos “celebridades” (atores, apresentadores de televisão, esportistas, youtubers, etc.) não necessitam de grandes esforços para se tornarem conhecidos em relação à grande massa dos demais adversários. Mesmo os que não estão disputando a reeleição ou que sejam celebridades, mas que há tempos estão presentes nas redes sociais e interagem constantemente com seus seguidores apresentam diferenciais que lhes dão vantagens. Candidatos que se posicionam e interagem bem e nas mais variadas plataformas são capazes de apresentar uma comunicação mais assertiva, direta e clara com o público. Assim com divulgação no jornal impresso que apesar das redes sociais continua sendo o meio de comunicação mais confiável, levando informações completas sem deixar dúvidas. Escrever e falar bem são ferramentas fundamentais para um político, bem como ser capaz de dialogar, respeitar profundamente a democracia e os princípios republicanos.

Mais do que pedir voto, o candidato deverá ter sua narrativa, contar sua história, indicar o porquê de ser merecedor do voto e da confiança do cidadão. Esses candidatos a prefeitos e vereadores têm uma trajetória e esta não pode ser desconsiderada. Quem é o candidato, quais suas realizações na vida privada ou pública, faz parte ativa da comunidade e quais são os temas ou bandeiras que defendem. É novato na política ou já está nela há bom tempo. É fundamental ter ficha limpa e conduta ilibada. Outro aspecto que merece atenção nas eleições é a equipe do candidato, já que uma campanha política vitoriosa depende, geralmente, de um bom time. Há que se considerar, na formulação da equipe, o especialista em marketing político e marketing, o jornalista e assessor de imprensa, advogado especialista em Direito Eleitoral, os pesquisadores que gerarão e interpretarão dados quantitativos e qualitativos e, mais importante, os militantes que se engajarão na campanha, por acreditarem no candidato e em sua mensagem. Um político incapaz de gerenciar uma boa equipe não será capaz de, no exercício do mandato, apresentar a liderança necessária e uma boa performance. As equipes de campanha, enxutas ou amplas, devem ser alicerçadas sobre conhecimento profissional e, especialmente num cenário de crise de saúde e de crise econômica, apresentar criatividade para firmar a imagem e a narrativa do candidato.

Você, candidato, leitor e leitora, pensou nisso? E você, eleitor ou eleitora, já está preparado para avaliar aqueles que lhe pedirão voto? Votar é fundamental, mas a cidadania não se limita e nem se encerra nas eleições. A cidadania ativa implica em acompanhar e cobrar o político eleito, participar da vida cívica e, principalmente, entender que vereadores e prefeitos devem servir ao público e, jamais, se servir daquilo que é público. Boas eleições a todos!



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