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  • Foto do escritorRedação JM

Quanto tempo o RS levará para recuperar-se da tragédia climática?

Para ter uma estimativa do tempo, especialistas falam dos desafios da reconstrução. Vítimas da tragédia mencionam sobre a expectativa e o retorno à normalidade.

As fortes chuvas, seguidas de enchentes e alagamentos, que atingiram o Rio Grande do Sul, deixaram, segundo balanço da Defesa Civil do Estado, o número de mortes que ultrapassa 169; são 44 pessoas desaparecidas e 806 feridas. Ainda, o número de pessoas afetadas é de 2.345.400, em 471 municípios gaúchos. Desalojadas: 581.638. Pessoas em abrigos: 47.651.

O que poderia ser feito para evitar, ou diminuir, os danos da tragédia? De acordo com o urbanista e professor da UFMG Roberto Andrés, apesar da chuva ter sido prevista, o alto volume pegou todos de surpresa. “Não há ‘como prever’ um problema como esse. É um volume de chuvas muito alto que, infelizmente, vai acontecer de forma mais frequente”. Para o urbanista, medidas preventivas são as melhores a se realizar nessas situações. “O que é possível fazer são medidas de mitigação que vão diminuir os impactos. Reflorestar as margens de rios, preservando o cinturão verde, faz com que a água corra mais devagar, infiltrando no solo”.

“Outra medida seria que todas as cidades afetadas possuam seus próprios medidores, para que os sistemas de defesa tenham o monitoramento completo e sistemas de alerta mais robustos. Retirar casas de áreas diretamente inundadas, principalmente dos locais de maior risco. Somar essas ações de proteção ambiental, melhoria no sistema de monitoramento e alerta, para, assim, reduzir os impactos de um evento forte como esse”. Questionado se plano prévio de evacuação poderia auxiliar e salvar mais vidas, explicou que, para isso, investimento maior na segurança deveria ter sido feito.

“Ter um plano de evacuação era plenamente possível. Mas para isso, precisava ter um monitoramento em tempo real, ágil, o estado precisa de recursos para isso, uma defesa mais civil atuante”.

Ao todo, 471 dos 497 municípios gaúchos registraram algum problema em decorrência do temporal, que inundou regiões inteiras, destruiu pontes, barragens, alagou escolas, hospitais e milhares de casas.

O governo federal reconheceu o estado de calamidade pública em 336 cidades gaúchas. Na prática, esse reconhecimento abre caminho para que as prefeituras consigam de forma rápida os repasses de verbas federais. Além disso, possibilita menor burocracia administrativa para realizar compras e contratar serviços especializados.

A reconstrução no RS levará "pelo menos um ano", alertou Cruz Vermelha.


 




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