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Foto do escritorRedação JM

Saúde e perspectivas no mundo imprevisível!

A agenda estratégica para saúde deste ano é contemplar ainda o fortalecimento da iniciativa Farmácia Popular, lançamentos de programas focados em saúde da mulher e saúde mental, buscando normalizar o tempo de espera para atendimento no SUS por meio de capacidade extra para a demanda represada pela pandemia.

Todo este cenário deve abrir oportunidades para parcerias público-privadas que poderão impulsionar corujões da saúde aproveitando a oferta disponível na rede privada durante a madrugada, novos projetos PROADI-SUS aprovados para materializar estas agendas para o triênio 2024/2026, e expansão de contratos com Organizações Sociais da Saúde (OSS) para fazer gestão de serviços de saúde pública.

Em 2023, os esforços para fortalecer o Complexo Econômico Industrial da Saúde estão sendo ampliados, focando na diminuição da dependência externa para produtos prioritários, questão que foi evidenciada durante a pandemia. Estes esforços devem se materializar em linhas de financiamentos com condições especiais no BNDES e programas de transferência tecnológica nos moldes das PDPs que alavancam o poder de compra do Estado.

O grande desafio será o critério de definição destes produtos prioritários, que devem contemplar não apenas tecnologias que sejam essenciais para nosso país, mas que também não corram risco de se tornarem obsoletas em poucos anos, ou que tenham potencial para nos tornar líderes globais nesta área e, assim, poder manter níveis constantes de investimentos em inovação.

A reflexão sobre cadeias produtivas resilientes deve ir além do complexo industrial. Incluir também toda a cadeia logística, que deve ser integrada para redução de desperdícios e aumento de níveis de serviço. Os esforços para construção destas cadeias resilientes por meio do uso massivo da transformação digital e de colaboração mais profunda entre os profissionais do setor devem ser um dos destaques deste ano.

O movimento de consolidação no setor de saúde continuará avançando, impulsionando incentivos das empresas e instituições para se integrarem a ecossistemas (abertos ou fechados). Estes ecossistemas irão tornar menos relevantes as organizações desconectadas e fechadas em si mesmas.

A saúde digital promete ser outro destaque, incluindo o uso da tecnologia para levar atenção primária a todos os cantos de nosso país, o avanço na integração de dados com discussão de modelos efetivos de open health que coloquem o paciente como dono de seus dados e as instituições de saúde como guardiãs, além de soluções que melhorem a navegação dos enfermos por meio da digitalização de suas jornadas. Será preciso também debater o uso apropriado de marketing digital para influenciar as decisões de pacientes tanto no cuidado de sua própria saúde, como na escolha do profissional que irá acompanhá-lo.

Neste mundo imprevisível em que vivemos, a capacidade das lideranças de constantemente ajustar a rota à medida que novos fatos vão surgindo, garantir que os recursos estejam alocados nas áreas de maior impacto fará a diferença entre dificuldades ainda maiores para o setor de saúde ou mais acesso e melhor padrão de cuidado para nossa população. Diante de todo este contexto, na minha opinião, nossa capacidade de priorizar os recursos limitados será o fator de maior relevância para a prosperidade (ou não) do setor de saúde neste ano de ajustes profundos e necessários.


 



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