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  • Foto do escritorRedação JM

Expectativas para o Brasil em 2022!

O crescimento do PIB e a situação do mercado de trabalho e da renda no próximo ano geram grande expectativa, pois são fatores determinantes no bem-estar da população e no desenrolar de eleições em que o atual presidente tenta reeleição.

Os principais fatores que têm feito os analistas reduzirem suas expectativas para o desempenho da economia no próximo ano.

O principal fator citado pelos analistas para a revisão nas expectativas para o PIB em 2022 é o fato de que a inflação no próximo ano deve ficar acima do que era esperado antes. Com isso, o Banco Central vai ter de subir mais os juros, o que tem efeito negativo sobre o consumo das famílias e o investimento das empresas.

Em agosto, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) teve alta de 0,87%, bem acima do esperado pelos analistas e maior aumento para o mês em 21 anos. Com isso, a taxa acumulada em 12 meses chegou a 9,68%. O aumento foi puxado pelo preço dos combustíveis, alimentos e levou diversos economistas a preverem a inflação maior para este e o próximo ano.

Para 2022, a previsão é de 3,98% para 4,10%. A meta de inflação para este ano é de 3,75% e a de 2022, de 3,50%, conforme determinado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Logo, as estimativas dos analistas sugerem que a inflação deva ficar acima da meta por dois anos seguidos.

Ainda há outros riscos negativos, como o agravamento da crise hídrica e da situação das contas do governo, que podem piorar ainda mais o quadro inflacionário futuro. Nesse contexto, acredita-se que o Copom (Comitê de Política Monetária) ainda não enxergará condições para indicar redução do ritmo de elevação da taxa Selic, escrevem os economistas, prevendo que a taxa básica de juros chegue a 9% ao ano em 2022, de volta ao patamar que não era visto desde 2017. Atualmente, a Selic está em 5,25% e ela chegou a 2% no ponto mais baixo.

O segundo fator citado pelos economistas para a deterioração das expectativas para o próximo ano é o crescimento modesto esperado para a massa de renda, que é a soma de todos os rendimentos da população. Segundo os economistas, além dos efeitos mais contracionistas da política monetária, isto é, a alta dos juros o cenário incorpora crescimento modesto da massa de renda ampliada disponível às famílias, com alta em torno de 1,5%, descontada a inflação, devido principalmente ao fim do auxílio-emergencial, que não deve ser compensado pelo emprego e o aumento esperado no Bolsa Família.

A trajetória de aumento do desemprego prevista não sugere perspectiva muito alentadora para o desempenho da massa de renda. A taxa média de desemprego voltará ao nível pré-pandemia somente em 2023, e o nível de equilíbrio pouco superior a 10% deve ser atingido somente em 2025. Perspectivas pouco alentadoras para renda e mercado de trabalho à frente.

O terceiro fator citado pelos economistas é que o impulso gerado pela reabertura da economia este ano, particularmente no setor de serviços, após período de maior distanciamento social provocado pela pandemia, deve perder força no ano que vem. A atividade econômica não se beneficiará mais do impulso advindo da reabertura do setor de serviços, algo que, na nossa visão, ficará restrito ao segundo semestre deste ano.

O pessimismo no médio prazo é compartilhado por outros analistas. Esperamos que alguns dos segmentos de serviços ainda impactados pela Covid (em particular serviços prestados às famílias) se recuperem nos próximos meses, em conjunto com o progresso no programa de vacinação, reabertura da economia e estímulo fiscal renovado.

Texto: João Sibirino

Adaptação e foto: Jornal Minuano


 


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