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  • Foto do escritorRedação JM

Faleceu “Dona Elvira”, uma das primeiras mulheres empreendedoras da história de Santa Bárbara do Sul

Na edição 1764, de 29 de março de 2018, a reportagem JM entrevistou “Dona Elvira Härter Barth”, no quadro ‘Papo JM’.

Confira resumo da entrevista:

Na tarde de terça-feira (27), a reportagem JM foi recebida na casa de ‘Dona Elvira’ para bate-papo JM.

Dona Elvira Härter Barth e Iolanda Cerutti receberam a reportagem JM com carinho em sua residência para contar sobre os empreendimentos da família que perdura há décadas.

JM: Como foi a iniciativa de começar um negócio em Santa Bárbara do Sul, de onde veio a ideia?

Elvira: “Sempre tive vontade de ter uma padaria, apesar de não saber fazer muita coisa, mas eu queria. Pedi a Ivo e ele me disse a princípio que não, mas logo resolveu atender meu pedido. Então iniciamos na Rua Alberto Pasqualini (antiga Padaria Velha). Conseguimos um rapaz que entendia de padaria. Trabalhou com nós durante três meses e foi embora para Panambi, onde alugou uma padaria de um tio dele. Na época, meu esposo trabalhava fora e eu passei a administrar a padaria e fazer os pães. Um certo dia, pela falta de prática fiz um pão sem sal (risos). Não havia máquinas para fazer pão, era tudo manual.”

JM: Foi muito difícil?

Elvira e Iolanda: “Era muito difícil sim! Tinha que trabalhar de madrugada, para logo de manhã levar os pães para as empresas do município. (Churrascaria, Continental, hospital e tantas outras).

Depois de algum tempo, o outro padeiro da cidade resolveu ir embora, então compramos dele a gaiota para entregar os pães. O rapaz que era seu funcionário, veio trabalhar com nós. Chegou uma época que passamos a mandar pães para Colorado-RS, pois não havia padeiro lá.

A partir daí, senti o desejo de colocar um armazém, então dei a ideia para o Ivo, mas como da outra vez ele falou que não e mais tarde concordou. Comecei vendendo arroz, feijão, farinha a granel e assim começou o mercado, porém não era autoatendimento. Os produtos vinham em grandes quantidades (bolsas e latas) e eram pesados conforme a quantia que o cliente desejava.

Daí em diante, o Ivo comprou o terreno onde é a nossa residência hoje e abrimos uma filial na casa antiga que havia no terreno.

Tudo era fabricado na padaria velha e levado para a filial.

Logo o Ivo comprou o terreno ao lado da nossa casa (onde hoje é o Armazém do Pão) do coronel Tasso e então construímos.

Começou ali o primeiro mercado com autosserviço em Santa Bárbara do Sul, onde havia carrinho e cestinha para o cliente se servir. Iniciava- se aí o Pegue-Pague.

O nome Pegue- Pague veio do Rio de Janeiro, onde Ivo serviu o Exército Brasileiro.

O Ivo tinha visão, lia muito e conhecia os meios de chegar ao que desejava, que era o mercado com autoatendimento e começamos a oferecer produtos que outros não disponibilizavam na época. Ele ia a Carazinho, Cruz Alta e até mesmo no interior de Santa Bárbara para buscar produtos e melhor atender os clientes.

Depois compramos o terreno na Vitório Caetano Pasqualotto, construímos e abrimos mais uma unidade do Pegue-Pague.”

Texto e foto: Jornal Minuano


 


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