O conflito entre Israel e o grupo militante palestino Hamas já deixou centenas de mortos e começa a ter repercussões na economia mundial. O que deve ter efeitos também para o Brasil.
As principais bolsas do mundo operam em queda, dólar e petróleo sobem, diante da cautela dos investidores com a escalada de violência no Oriente Médio. Com o barril do petróleo sendo negociado acima dos US$ 85 e o dólar chegando a R$ 5,17, a principal preocupação dos economistas é com o efeito da guerra sobre a inflação no Brasil.
O cenário de instabilidade internacional também pode manter os juros altos nos Estados Unidos por mais tempo. O que tem efeito negativo para o câmbio e investimentos em países emergentes. Tudo isso adiciona pressão para 2024, que já deve ser desafiador, em meio aos possíveis efeitos do El Niño sobre a próxima safra agrícola brasileira e as incertezas nas contas públicas nacionais.
Qualquer conflito afeta o mundo inteiro, principalmente quando mexe no preço do barril de petróleo. Afirmou FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas). Pressão em cima desse mercado aumenta a probabilidade de termos algum reajuste do diesel e da gasolina daqui até o final do ano. A gasolina compromete cerca de 5% do orçamento das famílias brasileiras. Isso significa que, para cada 1% de aumento da gasolina, o impacto na inflação ao consumidor é de 0,05 ponto percentual. Então aumento de 5% na bomba, por exemplo, representaria acréscimo na inflação de 0,25 ponto. Isso é inflação na veia.
A prévia da inflação oficial brasileira, chegou a 5% no acumulado de 12 meses até setembro, registrando o segundo mês de aceleração, após ir à mínima de 3,19% em julho. No mês passado, a alta de preços já havia sido puxada pela gasolina, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O presidente da Petrobras afirmou que o maior efeito da guerra deve ser sobre o diesel, mas que a empresa deve mitigar a volatilidade através de sua nova política de preços, que não continua mais automaticamente a paridade internacional. Isso vai mostrar como está dando certo a política atual de preços da Petrobras, ela deve mitigar esses efeitos. Porém, que a empresa pode até adiar o reajuste, mas não conseguirá evitá-lo, caso o preço do petróleo se consolide em patamar mais elevado, em torno de U$ 95 por barril. Este, parece ser o cenário mais provável, diante da guerra, das restrições de oferta por parte da Rússia e da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
A alta do petróleo não afeta apenas os combustíveis, mas também série de outros derivados do óleo, como adubos, fertilizantes, químicos, querosene de aviação e resinas plásticas utilizadas como insumo pelas indústrias. O aumento dos combustíveis é um efeito mais rápido, mas à medida que o preço do petróleo se consolide num novo patamar tudo isso acaba subindo de preço e o destino é a inflação ao consumidor, à proporção em que a indústria vê seus insumos mais caros. Observa que essa pressão para a inflação em 2024 já começa a se formar em diversos segmentos, como os alimentos, que pesam bastante às famílias de menor renda. Há dúvidas sobre como o El Niño vai impactar a agricultura no ano que vem, então já temos essa pressão inflacionária no radar e agora vão se somando outras.
A verdade é que está faltando compreensão e menos ódio entre os seres humanos!
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